Feira do Livro de Coimbra inova com Espaço FNAC e Feira da Música

No âmbito da 46ª edição da Feira do Livro de Coimbra, o Auditório Luís de Camões (instalado na Praça do Comércio) acolhe três ciclos curatoriais e debates. Ana Paula Arnaut propõe uma reflexão sobre o papel da literatura na sociedade contemporânea, enquanto Pilar del Río destaca as literaturas de expressão portuguesa, com a presença de autores oriundos de Portugal, Brasil, Cabo Verde e Angola, e a Associação Portugal-Brasil 200 anos (APBRA) promove cinco mesas-redondas sobre a descolonização do património cultural e intelectual, numa das quais estará presente o secretário de Estado da Cultura do Brasil, Alberto Santos.

Na dimensão do pensamento e da relevância da literatura na atualidade, o Auditório Luís de Camões da Feira do Livro de Coimbra, na Praça do Comércio, dá centralidade ao debate e à partilha. O programa tem início no dia 20 de junho, às 16h00, com a conversa entre os curadores deste espaço, Pilar del Río, Ana Paula Arnaut e José Manuel Diogo. 

O ciclo curatorial desenhado pela presidente da Fundação José Saramago evidencia as literaturas, como as pessoas nascem, se emancipam e a universalidade dos idiomas. A rubrica celebra os 50 anos do 25 de Abril e dos países que, após a Revolução dos Cravos, se tornaram independentes, trazendo um ponto de vista feminino, através das participações de Inês Pedrosa (20 de junho), Djaimilia Pereira de Almeida (21 de junho), Tatiana Salem (22 de junho), a que se junta também Mário Lúcio (23 de junho). Oriundos de países e continentes diferentes, os quatro escrevem em língua portuguesa e permitem conhecer o mundo, num quadro em que Portugal, Angola, Brasil e Cabo Verde se encontram no Auditório Luís de Camões para falar do humanismo e da humanidade que se forma e se une pelos laços da literatura.

 Partindo da frase “A ficção, e não o cão, é a melhor amizade do [H]omem” (Afonso Cruz) a 24 de junho, o ciclo curatorial desenhado por Ana Paula Arnaut celebra a literatura e o importante papel que esta exerce num cenário social intensamente marcado pela velocidade hiperglobalizada das novas tecnologias e pelos consequentes novos comportamentos que delas emanam. Fomentando o diálogo travado entre aqueles que da palavra tornada ficção fazem vida e ofício, esta rubrica cruza as duplas José Gardeazabal e Eduardo Nunes (20 de junho), Patrícia Portela e Manuel Portela (24 de junho), José Luís Peixoto e Cristina Robalo Cordeiro (26 de junho), Frederico Lourenço e Anabela Mota Ribeiro (28 de junho), Lídia Jorge e Carlos Reis (29 e junho), num convite à observação sobre o que nos rodeia.

 Ao longo dos dez dias do evento, a Associação Portugal-Brasil 200 anos dinamiza cinco mesas-redondas, a 22, 25, 27 e 29 de junho, que incentivam ao debate sobre os processos de descolonização do património intelectual e cultural e propõe a reflexão em torno dos processos de reparação da memória construída, com escritores provenientes de diversas geografias, como Brasil (Sérgio de Castro Pinto, Naná Garcez, Tom Farias, Marília Arnaud, Juliana Maia, Lulih Rojanski, Angélica Ferrarez, Yurgel Caldas e Joãozinho Gomes), Angola (André Augustus Diasz), Cabo Verde (Germano Almeida), Portugal (Marco Neves). A última mesa, no dia 29 de junho, conta ainda com a presença do secretário de Estado da Cultura do Brasil, Alberto Santos.

 A programação do Auditório Luís de Camões é também composta por apresentações de edições literárias propostas pelas editoras presentes na Feira do Livro assim como vai acolher programação desenhada pela Divisão de Bibliotecas e Arquivo Histórico, na sua maioria dirigida ao público infantil pelas 11h00.

 A Feira do Livro decorre diariamente, das 11h00 às 23h00, de 20 a 29 de junho. É organizada pela Câmara Municipal de Coimbra, em parceria com a Apura Associação Cultural e o Jazz ao Centro Clube, com apoio da FNAC, da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, da Associação Portugal-Brasil 200 anos e da Rádio Universidade de Coimbra, e com a colaboração de diversas associações locais.

Fonte/Foto: CM Coimbra