Rafael Vieira foi o vencedor da 10.ª edição da iniciativa conjunta da Universidade de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra e Diário de Coimbra.
Um momento de deslumbramento com a descoberta de uma galeria subterrânea durante as obras na Escola Secundária José Falcão deu origem à reportagem “A água das catacumbas de Coimbra”, vencedora da edição deste ano do Prémio de Jornalismo Adriano Lucas.
Com a temática da arquitetura da água subterrânea, o premiado Rafael Vieira pretendeu “dar valor” e “um novo olhar” às dezenas de quilómetros que não se veem. “Mostrar às pessoas, aos conimbricenses que isto existe, que faz sentido patrimonializar” e reutilizar. O turismo ou a rega são apenas dois dos tipos de usos possíveis.
Usando os 12 000 caracteres, máximo previsto no regulamento, Rafael Vieira sabe que ficou ainda muito por dizer e por ver. Sabe também que o prémio não teria sido possível sem a ajuda do geólogo Paulo Morgado e da arqueóloga Sónia Filipe. “Tivemos uma conversa de três horas, estes 12 000 caracteres deixam muita coisa de fora”, disse Rafael Vieira, afiançando que tem material para outra reportagem.
“A reportagem que hoje distinguimos mostra uma cidade de Coimbra que poucos conhecem” debaixo dos nossos pés, concordou o diretor do Diário de Coimbra, Adriano Callé Lucas, durante a cerimónia de anúncio do vencedor, que decorreu a 14 de dezembro.
O Prémio Adriano Lucas é uma iniciativa da Universidade de Coimbra (UC), da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e do Diário de Coimbra (DC). Com nove edições entre 2011 e 2019, o Prémio de Jornalismo Adriano Lucas procura incentivar e promover trabalhos na área do jornalismo, que divulguem, preferencialmente, temas relacionados com a cidade e a região. Retomado este ano, o prémio conta com um novo regulamento e com um valor pecuniário de 3 000 euros.
O diretor do TAGV, Sílvio Santos, que fez parte do júri desta edição, destacou e agradeceu o “envolvimento que o Rafael tem tido com a cidade”, que extravasa em muito a reportagem ou a temática tratada no prémio.
Durante o evento, a vereadora da CMC, Margarida Mendes Silva, referiu que a Câmara tem “um particular orgulho e satisfação em retomar este prémio”.
A cerimónia foi simbolicamente realizada a 14 de dezembro, dia em que se assinalam 100 anos do nascimento de Adriano Mário da Cunha Lucas (1925–2011). “Uma sociedade sem memória é uma sociedade mais pobre” e o “jornal não está cá para nos servir, mas para servir os leitores”, referiu Adriano Callé Lucas, relembrando o pai, que dirigiu o Diário de Coimbra durante seis décadas e foi fundador de jornais regionais em Aveiro, Leiria e Viseu. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mesmo não estando fisicamente presente, recordou o “empresário liberal em plena ditadura”.
O evento, que decorreu na Casa da Escrita, em Coimbra, contou com a presença de representantes de várias entidades, entre os quais o Vice-Reitor para as Relações Externas e Alumni da UC, João Nuno Calvão da Silva.
O Prémio de Jornalismo Adriano Lucas resulta da parceria - Câmara Municipal de Coimbra, Universidade de Coimbra e Diário de Coimbra.
Fonte/Foto: UC